Família Salesiana: Ação Fraterna realiza seu tradicional encontro em Jaboatão
Há anos, no mês de janeiro, reúnem-se na Colônia Salesiana de Jaboatão dos Guararapes (PE), um grupo de ex-salesianos com o objetivo precípuo de celebrar amizade de mais de meio século que vincula muitos dos participantes e de homenagear Dom Bosco, manifestando gratidão pelo que nos foi legado pelos seus dedicados filhos integrantes da Congregação de São Francisco de Sales. O grupo é coordenado pela Ação Fraterna Salesiana, sob a presidência do abnegado ‘padre’ Luiz Moura. Pus o vocábulo entre aspas, porque ele se licenciou da vida religiosa, deixando a sotaina, constituiu família e hoje brilha como professor universitário engrandecendo o nome de Dom Bosco. Para mim ele continua sendo “sacerdos in aeternum secundum ordinem Melchisedech”. Apraz-me chamá-lo de ‘padre’. E esse comportamento meu e de outros amigos jamais o incomodou. É um homem simples, modesto e que prima pela fraternidade no acolhimento de todos aqueles ex-salesianos que se integram à Ação Fraterna Salesiana.
O encontro deste ano se realizou no último fim de semana. Participaram dele sacerdotes, médicos, advogados, professores universitários, etc. Foram sentidas as ausências do nonagenário arcebispo emérito de Maceió (AL), Dom Edvaldo Gonçalves Amaral e do bispo diocesano de Penedo, Dom Valério Breda, e de outros religiosos. Faltaram também ao encontro José Paulino da Silva, Sebastião Moreira Duarte e Jeová Sobreira, personalidades que abrilhantam o encontro, quando dele participam.
Tive a gratíssima surpresa de reencontrar amigos que há bastante tempo não os via. Por exemplo, do grupo participaram Vicente Nunes de Magalhães que foi meu assistente e professor de matemática no aspirantado de Carpina (PE) e depois meu colega de trabalho na agência do Banco do Brasil em Juazeiro do Norte (aliás, ele também foi meu ‘cupido’, pois foi graça a interveniência dele que minha mulher foi estudar em Juazeiro do Norte e foi ali que nos conhecemos há cinquenta anos); Dourado, que foi meu subordinado em duas agências do BB (Juazeiro do Norte e centro Fortaleza); João Vasques Landim não o via desde que saí definitivamente de Juazeiro do Norte (CE), em 1981. Os estimados amigos Lázaro Alves do Nascimento (Juazeiro do Norte) e seu irmão João Alves do Nascimento (Curitiba PR) os havia visto no encontro anterior, bem como os ilustres amigos Dr. João Batista, Dr. Geraldo Margela, Dr. Jackson, o poeta Vicente Lemos e outros que reencontrei participaram também da confraternização de 2015. Padre Almeida, meu contemporâneo no seminário, hoje pároco coadjutor na paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Fortaleza (CE), há anos estava afastado dele; Genésio, que era da minha turma, desde 1961 não tinha notícia dele; descobri que mora perto de mim na capital alencarina.
Ao subir a escadaria do Colégio de Salesiano de Jaboatão (PE) em direção aos dormitórios, emocionei-me com o mural com a estampa de Nossa Senhora Auxiliadora e no rodapé da imagem lê-se a sentença: ‘Hic domus mea’. Confesso-lhes, distintas amigas e caros amigos, que naquele momento senti um arrepio invadir todo o meu corpo e os batimentos cardíacos se aceleraram. Para completar minha emoção, ao lado do quarto onde fiquei hospedado vigiava-me uma estátua de Nossa Senhora Auxiliadora.
Quem foi educado numa escola de disciplina, de estudos e de oração dos filhos de Dom Bosco, construiu vínculos de amizade com a Congregação Salesiana e com os colegas para sempre.
O poeta cearense Vicente Lemos, participante do encontro realizado pela Ação Fraterna Salesiana, compôs um poema em redondilha maior com dezesseis septilhas para comemorar o evento. Intitulou-o ‘Encontro’. É uma obra literária muito bonita. No entanto, porei em destaque apenas uma septilha:
“Que se eternize a ideia
E o ato de se encontrar
Reunindo gerações
Visando continuar
Corrente tão positiva
Uma forma sugestiva
De se confraternizar.”
E o ato de se encontrar
Reunindo gerações
Visando continuar
Corrente tão positiva
Uma forma sugestiva
De se confraternizar.”
No próximo encontro, em janeiro de 2018, convidarei a participar dessa confraternização ex-alunos salesianos, como o egrégio desembargador Suenon Mota, o beletrista Anchieta Martinez de Mont´Alverne, o advogado Francisco Neri Filho, e outros diletos amigos que a memória for me apontando. O encontro não é somente de ex-seminaristas, porém de todos aqueles que obtiveram a singular oportunidade de serem educados sob a supervisão dos filhos de Dom Bosco.
Tomei um banho de espiritualidade salesiana para viver bem este ano e renovei meus votos de amizades. Voltei do encontro revigorado com as minhas crenças, muito mais feliz, muito mais leve de corpo e até muito mais pudico. Por isso agradeço a todos aqueles que estiveram presentes à confraternização os eflúvios benéficos e positivos com os quais aspergiram-me corpo e alma.
Fortaleza, 26 de janeiro de 2017
Eduardo Matos
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